Plano de Bairro do Distrito de
Santana
A noite de
20 de setembro de 2012 vai ficar marcada na história do bairro de Santana.
Reuniram-se no café CARMEL by-the-Sea representantes de atores sociais locais
para começar o processo de elaboração de Plano de Bairro do Distrito de
Santana.
Marcaram
presença a Associação Portal de Santana (APSA), a Distrital Norte da Associação
Comercial de São Paulo, o Colégio Marillac, o SENAC Santana, a Associação de
Moradores de Santana e Vila Bianca, a SEMEAR, a Rede Social Zona Norte (RSZN),
a Arquitetura Gilberto Cordeiro, a EMEFM Derville Allegretti, o Portal ZN na
Linha, além de moradores e comerciantes locais.
Também
estiveram presentes os grandes agentes estimuladores para que cada um dos
distritos paulistanos desenvolvam seus Planos de Bairro: a FECOMERCIO – através
do seu presidente do Conselho de Mobilização e Integração Comunitária, Jorge
Carlos Duarte, e a equipe do vereador e Presidente da Câmara Municipal de São
Paulo - José Police Neto, que trouxe a valiosa colaboração da arquiteta e
urbanista Elisabeth Carvalho de Oliveira Salgado.
Jorge Ifraim
deu início apresentando o histórico que resultou neste momento, passando pela
realização do Seminário “Agenda 21 e Sustentabilidade da Macro-Norte” em 26 de
fevereiro de 2006 na UniSant’Anna – que contou com 300 participantes, as
reuniões de Agenda 21 de Santana, a organização do Conselho Regional de Meio
Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Cultura da Paz da Subprefeitura de
Santana-Tucuruvi em 2009, a Rede Social Zona Norte em 2010 e o início da
atuação da Associação Portal de Santana em fevereiro de 2011, que protagonizou
desta mobilização.
Falou que o
bairro está em uma localização estratégica, na confluência do eixo Norte-Sul
com a Marginal do Tietê (que pode ser considerada eixo Leste-Oeste). E ressaltou os importantes
atores presentes nesta área, como Parque Anhembi, Expo Center Norte, Rodoviária
Tietê, Campo de Marte, Sambódromo, Parque da Juventude, Biblioteca de São
Paulo, DEIC, complexo Center Norte, Centro de Zoonoses, UniSant’Anna, UNIBAN,
Holiday Inn (maior hotel do país), duas ETECs, quatro estações do Metro, etc. Também
está prevista a implantação da única estação metropolitana do futuro Trem de
Alta Velocidade, que fará a ligação com Campinas e o Rio de Janeiro.
Afirmou que a
área pode ser considerada a principal “porta de entrada” da Zona Norte
paulistana. E mostrou os diversos bairros que compõem o distrito e localizou
suas fronteiras.
Ressaltou o
sentimento de “pertencimento” do seu povo ao lugar, que teve origem na
característica rural no início do século passado.
Como
propostas iniciais foram colocadas:
- Extensão das calçadas com floreiras na Rua Voluntários da Pátria até a Marginal Tietê.
- Mudança do nome do bairro do Carandiru para “Parque da Juventude” ou “Bairro da Juventude”
- Plantio de árvores nas calçadas da sua parte de baixo
- Solução dos problemas com moradores de rua, drogados, prostitutas, travestis e ladrões.
- Ampliar a “Operação Delegada” da PM até a Marginal do Tietê
- Definir uma ocupação mais qualificada para a região na revisão do Plano Diretor Regional
- Identificar políticos que se interessem pelas questões da região e estabelecer um canal de comunicação com os administradores públicos das diversas instâncias.
- Transformar o “pedaço” num ECO-BAIRRO (coleta seletiva, educação ambiental, A21, etc.).
- Um “corredor verde” no canteiro central da Av. Cruzeiro do Sul, em baixo do Metro, entre as estações Tietê e Santana, com pista para caminhada, ciclovia, flores, áreas verdes, equipamentos de ginástica, iluminação adequada que valorize os Grafites, etc. (semelhante ao que foi feito na Av. Eng. Caetano Álvares e na Av. Brás Leme).
- No futuro, um “portal” físico.
Todas estas
reivindicações foram protocoladas em um ofício ao subprefeito (TID 7859210) em
20 de julho de 2011, incluindo também a Praça na Rua Paineira do Campo - que já
está se tornando realidade. Agora pretendem uma Base Fixa da GCM, flores,
equipamentos de ginástica (inclusive para a 3ª. Idade), grafites nos muros, e
quem sabe até uma ÁGORA para atos cívicos...
Na sequência, Jorge Silveira Duarte - Gestor da área de Desenvolvimento Social do SENAC e Presidente do Conselho de Mobilização Comunitária da FECOMÉRCIO - compartilhou a metodologia de desenvolvimento local que o SENAC desenvolve em algumas localidades, como o bairro da Bela Vista a cidade de Botucatu e de Limeira, etc.
Neste
modelo, ressaltou a crença na importância da comunidade partir de uma visão de
futuro. Ou seja, como quer estar, aonde quer chegar nos próximos 10 anos e
então analisar o cenário local diagnosticando recursos, necessidades e vocação,
para depois definir as prioridades que serão as ações e projetos que levarão ao
futuro desejado.
E afirmou
que uma possível contribuição do SENAC seria a capacitação da comunidade nessa
metodologia – e que para isso precisa haver vontade da população, além de
acreditar que é possível mudar e transformar o local para uma realidade melhor.

A Prof.ª Elisabeth Carvalho de Oliveira Salgado, arquiteta e urbanista e autora dos
livros Plano de Bairro: no limite do seu bairro uma experiência sem limites
e Plano de Bairro – Perus em transformação, contou a sua experiência como consultora contratada pela subprefeitura
de Perus para a formulação do plano de bairro do distrito.

Explicou que o mesmo transformou-se em um Projeto de Lei (331/2011), apresentado pelo vereador José Police Neto (atual presidente da Câmara Municipal de São Paulo), que está tramitando na casa.
Depois conversou com os presentes mais especificamente sobre o Plano de
Bairro de Santana, semelhanças e diferenças das condições encontradas em Perus.
E, ressaltando as lições aprendidas, recomendou alguns caminhos, modelos e
cuidados para a execução deste Plano que estava se iniciando.
Seguiu-se um diálogo bastante rico entre os presentes – que
consensuaram a necessidade de se criar um grupo multifacetado e representativo
para que esta construção coletiva se desse de forma adequada, democrática e
horizontal.
Jorge Ifraim se comprometeu a criar um grupo de emails na internet para
que a comunicação deste grupo catalisador se estabelecesse de forma fluida e
eficiente. A data e local da próxima reunião será consensuada através do mesmo.